O que é a Corioretinopatia Central Serosa?

Prof. Dr. Rony C. Preti explica que a Corioretinopatia Central Serosa é uma doença que geralmente acomete a mácula, região importante da retina responsável pela visão de detalhes e cores.

A causa precisa ainda é desconhecida, entretanto, o que acontece nesta doença que ocasiona diminuição da visão é o descolamento de retina na região macular provocado por extravasamento de líquido dos vasos sanguíneos da região chamada de coróide.

O extravasamento ocorre porque os vasos estão com a permeabilidade aumentada pelo acometimento da doença.

Quem são as pessoas mais acometidas?

A doença, geralmente, acomete homens que representam 85-90% dos casos. A idade de acometimento em média é de 25 a 45 anos de idade e uma vez tendo desenvolvido a doença e ela ter se resolvido ou espontaneamente ou por tratamento especifico, a chance de apresentar recidiva da mesma ainda existe.

O que se tem notado é que esta doença acomete mais homens adultos com personalidade característica de apresentar o componente de estresse bastante exacerbado no seu dia-a-dia, aquelas pessoas que se cobram muito. Geralmente, personalidades do tipo A.

Quais os sintomas da doença?

Os pacientes assim que notam o aparecimento da doença relatam a queixa de:

  • mancha acinzentada ou ponto preto na região central da visão;

  • presença às vezes de sensação que os objetos estão tortos; e 

  • embaçamento visual.

O que causa os sintomas?

Estes sintomas são gerados pelo descolamento de retina que a doença causa.

Uma vez descolada, a retina deixa de receber nutrientes da coróide, que é a grande responsáveis por nutrí-la e, sendo assim, as células responsáveis pela visão, os fotorreceptores, se degeneram, isto é, começam a sofrer danos, deixando em alguns casos seqüelas de perda visual, cores e de contraste.

A fig. 1 mostra foto do fundo de olho da doença, ver abaixo.

Fig 1. Foto do fundo de olho de um paciente com Retinocoroidopatia Central Serosa, setas circundando o descolamento de retina

Fig 1. Foto do fundo de olho de um paciente com Retinocoroidopatia Central Serosa, setas circundando o descolamento de retina

Mesmo sem sintomas da doença, o oftalmologista, através de exame clínico, tem a possibilidade de detectar sinais de acometimento de retina pela doença no passado.

Quais os exames para o diagnóstico da doença?

Existem exames que diagnosticam a presença da doença e também ajuda no acompanhamento do tratamento, são eles:

  • Retinografia;
  • Angiografia de retina com fluoresceína sódica;
  • Tomografia de Coerência Óptica: principal exame usado no diagnóstico e acompanhamento dos pacientes; e

 

Qual o tratamento da Corioretinopatia Central Serosa?

  • Geral

Em relação ao tratamento, este consiste em alterar a qualidade de vida do indivíduo na questão comportamental, a fim de que evite ambientes ou situações de estresse excessivo.

  • Específico

Com relação ao tratamento específico da doença, nos casos recentes a observação é o tratamento mais indicado.

Contudo, existem os casos crônico, pois esta doença tem a característica de apresentar recorrência.  Nestes pacientes, pode ser realizado o laser. Dentre os laser utilizados, temos aqueles que queimam diretamente o tecido e os que queimam “indiretamente” o tecido chamado de terapia fotodinâmica.

Casos crônicos há mais de 1 ano

Para os casos que apresentam a doença há muito tempo, a terapia fotodinâmica pode ser o melhor tratamento.

Tudo vai depender da análise de cada caso tanto clinicamente, quanto pelos exames de angiografia e/ou tomografia de coerência óptica. Lembrar que o tratamento a laser não é isento de complicações.

O que há de novo no tratamento da Corioretinopatia Central Serosa?

Nos últimos anos surgiram medicamentos, que são injetados dentro do olho sendo indicados, principalmente, na degeneração macular relacionada à idade. Contudo, foi observado que estes podem ter um efeito muito bom em pacientes que apresentam a corioretinopatia central serosa por muito tempo e, podem ser benéficos, mesmo em pacientes que já foram submetidos a terapia fotodinâmica.

Prognóstico

O prognóstico visual geralmente é satisfatório, contudo vale lembrar que a doença pode recorrer e por isto exames oftalmológicos de rotina se fazem necessários.

Lembrar que esta é uma doença que acomete os dois olhos e assim, o paciente sempre tem que estar monitorando o outro olho, quanto ao aparecimento de sintomas.